quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um tempo sem mentira

Olha-me.

O sorris
o que me elaboraste na face foi o melhor de sempre. E porquê? Foste tu, tornaste-o único. E todos os dias trabalhas mais um pouco para o melhorar. Gastaste horas, dias, até meses, mas conseguiste. Mais ninguém o fez.
Dá-me a tua mão. Consegues sentir? Há algo. Não nela, em ti. Em nós. Fazes-me sorrir mais uma vez. Antes s
entira-me cheia. Cheia de desilusão, sofrimento, medo. Por momentos, ao toque, tudo se desvanece, como que num sopro. Retribuis o sorriso, pois sabes que a culpa foi tua. Culpo-te todos os dias.
Olha-me novamente. Desta, nos olhos. Vou tentar fazer o mesmo, sem me perder
na liberdade que o teu olhar me traz, e da qual eu sinto saudade.
Agora, repara. Qualquer pessoa veria que estou a chorar. Mas sabes o que gosto em ti? Vais além do que vês, sabes sempre como o fazer, sempre da melhor maneira. Apenas me leste, admiro-te por isso.
Derramo uma lágrima e tu sorris. Antagónicos? Não, tudo faz sentido. Seguem-se mais duas e chamas-me a atenção, tentando apontar para elas. Procuro-as então, sem sucesso.
“Com elas, deixaste também cair o sofrimento, a desilusão e o medo. Foram-se, para sempre. Podes voltar a ser tu.”, dizes.
Volto então a sorrir-te, como só tu sabes, em jeito de agradecimento. Sinto-me eu novamente, todo aquele turbilhão de acontecimentos que me pairavam na cabeça desapareceram.
Está frio, abraças-me. Proteges-me, como sempre. Mas melhor que tudo, trouxeste-me de volta, como pessoa. Deste-me a liberdade que sempre precisei. Obrigada.
E sabes que mais? Voltei para ficar.

terça-feira, 7 de julho de 2009

As minhas saudades tuas

Tentei explicar-te vezes sem conta, mas não ouviste. Estavas demasiado preocupado contigo mesmo. Prometeste-me tantas coisas, fizeste tantos planos. E agora tudo isso desapareceu, assim, de repente. Não consegues explicar-me a razão de tudo isso, nem consegues sequer olhar para mim nos olhos, deixaste de ser capaz. Acabaras de te tornar algo a que não consigo dar nome. O problema não era a tua aparência, agora ridícula, e nunca vai ser. O que me fez sentir realmente mal foram as tuas estranhas atitudes, a tua mudança de mentalidade. O que era feito de todos aqueles ideais? Tu desapareceste. O que restava de ti eram.. aparências. Olhavas-te ao espelho e vias uma obra de arte, mas pior, fazias questão de te exibir como tal. Escondias-te atrás de algo, mas já não eras mais tu. Tinha esperança que voltasses, mas fartei-me de esperar. Todos os dias ansiava por voltar a ver um pouco de ti, mas esse pouco teimava em não aparecer. Sabes o que me custou? Não, não sabes. Ainda hoje não o conseguiste entender e temo que nunca o farás. Custa-me olhar para ti, porque cada vez que o faço, me desiludo a mim própria. Sinto que perdi tempo, tempo precioso, e que não mereceste nem um segundo.

O que mais dói, é sentir que ainda és importante, e saber que durante um dia não te lembras de mim nem uma vez. E dói muito, mais do que possas imaginar.

Irrita-me que tenha que pensar em ti. Irrita-me a tua ignorância pelo que se passa à tua volta. Irrita-me o tudo e o nada.

Sim, infelizmente tens este efeito sobre mim.